A Covid-19 e as crianças
A pandemia mudou as nossas vidas de forma súbita e abrupta. Cerca de um ano após o seu surgimento, sabemos mais sobre o novo coronavírus (SARS-CoV-2) mas várias questões subsistem, nomeadamente na faixa etária pediátrica. Estas têm mais relevância nos últimos dias com o regresso de algumas crianças à escola (creche, pré-escolar e 1º ciclo) e restantes nas próximas semanas.
Os sintomas da Covid-19 na criança são iguais aos do adulto?
As crianças geralmente não têm sintomas (assintomáticas) ou apresentam sintomas ligeiros (febre baixa, dores de cabeça, dor de garganta, tosse, problemas digestivos como dores de barriga, vómitos ou diarreia). As crianças mais velhas ou adolescentes podem queixar-se de alterações do olfato e/ou paladar.
Felizmente, as taxas de recuperação são altas, cerca de 99%, apresentando muito excecionalmente sequelas como a Síndrome Inflamatória Multissistêmica pediátrica (MIS-C) associada ao SARS-CoV-2.
As crianças podem infetar os outros?
No início da pandemia, as crianças eram apontadas como as principais responsáveis pela transmissão do vírus, mesmo que assintomáticas. No entanto, estudos publicados recentemente demonstraram que apenas 3.4% das crianças infetadas com o SARS-CoV-2 contagiaram algum próximo mesmo durante o confinamento.
A reabertura da escola pode ser responsável por um novo pico de incidência?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) chamou particular atenção para um estudo realizado na Noruega entre Agosto e Novembro de 2020 que demonstrou “uma muita baixa taxa de transmissão de criança para criança e criança para o adulto nas escolas do pré-escolar, 1º e 2º ciclo e parte do 3º ciclo (crianças entre os 5 e os 13 anos)”. O relatório da OMS não aponta para “qualquer explosão de contágio na escola”.
Quais são as medidas imprescindíveis contra o coronavírus?
Não esquecer os “3 M” na prevenção da Covid-19: máscara, lavagem frequente das mãos e manter a distância.
Escrito por: Drª. Sílvia Saraiva